Projetos de Pesquisa

Educação, cidades e subjetividades

Descrição: Esta pesquisa de pesquisa “Educação, cidades e subjetividades” tem como temática principal as possibilidades de educação com jovens para além dos espaços formais, privilegiando a cidade como lugar de produção subjetiva e de educação inclusiva. O objetivo principal dessa proposta de pesquisa será investigar oportunidades educadoras na cidade aos jovens que se configuram como alternativas à escolarização formal. O aporte metodológico para as atividades de pesquisa estará pautado nos fundamentos da psicologia histórico-cultural de Vigotski e nas contribuições do Círculo de Bakhtin. Os procedimentos adotados caracterizam o estudo como pesquisa qualitativa, dentro da perspectiva da pesquisa-intervenção, pois terão como foco o acompanhamento, a participação, o encontro dos pesquisadores com algumas práticas de educação não formal que emergem na cidade, bem como os encontros dos jovens participantes da pesquisa com essas práticas. Alguns procedimentos metodológicos previstos serão: levantamento bibliográfico e dados geográficos e socioeconômicos, mapeamento de observação e participação em iniciativas educadoras no município de Florianópolis e realização de entrevistas com participantes. Com os resultados desse projeto de pesquisa, pretende-se contribuir para a produção do conhecimento e formação acadêmica no curso de Psicologia e em cursos de Licenciatura, consolidando aspectos teóricos, metodológicos e técnicos na interface Psicologia e Educação que contemplem a cidade inclusiva como propulsora de processos educadores éticos, estéticos e políticos

Arte e Cidade, Experiência e Subjetividade

Este projeto integrado de pesquisa visa dar continuidade às problematizações e análises decorrentes das investigações que integraram o projeto ?Corpo, Arte e Cidade: Tensões, limites e potências?, realizado com apoio do CNPq (bolsa de produtividade em pesquisa) entre 2016-2019 e cadastrado no sistema Notes da UFSC. Trata-se de projeto que conta com 2 bolsistas de IC pelo programa PIBIC/UFSC, as quais migrarão para este novo projeto, inserido nesta nova plataforma. As investigações que integram esse projeto e os antecessores configuram os diálogos que vimos tecendo na interface da psicologia social com a arte, vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGP/UFSC), Linha de Pesquisa “Estética, processos de criação e política”, Área de Concentração “Psicologia Social e Cultura”. As produções acadêmicas decorrentes, por sua vez, expressam as contribuições de um grupo de pesquisa que vem se consolidando e diversificando suas filiações institucionais através da inserção de egressos em diferentes Instituições de Ensino Superior. Pesquisar, intervir e formar são verbos que se conjugam e inter-relacionam no projeto integrado de pesquisa que ora apresento, o qual se fundamenta em uma ética da responsividade tal como preconizada por Bakhtin e seu Círculo (Bakhtin, 2003; Faraco, 2003). Tal perspectiva compreende que respondemos sempre, a partir de uma atitude valorativa e para a qual não há álibi, ao fluxo incessante de acontecimentos do qual somos partícipes. Viver é, por conseguinte, responder ao que se nos apresenta na esfera do vivido, é assumir uma determinada posição no fluxo incessante e contínuo da vida que nos conecta responsivamente a outros próximos e distantes, de tempos e contextos variados. Conceber a inexorável conexão entre pesquisar, intervir e formar é, por conseguinte, expressão de minha própria condição axiológica no mundo, o modo como respondo ética, estética e politicamente aos desafios que se me apresentam como pesquisadora, professora universitária e orientadora de graduandos/as e pós-graduandos/as. A produção de conhecimentos em psicologia social e arte conecta-se, por conseguinte, à formação de novos/as pesquisadores/as e à minha própria formação, em um movimento incessante. Compõem este novo projeto integrado de pesquisa investigações que se alicerçam a partir de três eixos de problematização, os quais emergiram de inquietações oriundas dos desafios apontados pelas pesquisas anteriores: 1) Cidade, arte e produção social da memória e esquecimento; 2) Arte, experiência e formação ética, estética e política; 3) Ciência, arte e vida: questões metodológicas. A cidade é compreendida nesta pesquisa como polifônica (Bakhtin, 2008). Por suas vias, edificações e interstícios, pela sua geografia e seus recursos, pelas características políticas e culturais que a conotam como singular e ao mesmo tempo expressão da lógica global de produção e consumo, ecoam vozes de tempos vários, em intensa dialogia . Essas vozes traduzem a condição singular-global de cada cidade e ao mesmo tempo o processo histórico de sua construção, bem como o processo de constituição subjetiva de seus habitantes. Trata-se, pois, a cidade, de um corpo constituído por e constituidora de corpos outros. Um corpo marcado por cicatrizes que se configuram como inscrição de acontecimentos cujas memórias se pretende perpetuar, e também por rastros e vestígios de acontecimentos outros, esquecidos, sobre os quais pouco se ouve e vê. Ainda que invisibilizados, esses rastros persistem no tempo, são restos de um passado a comunicar ao presente o que poderia ter sido, a anunciar um futuro que não se concretizou.