Pessoas em situação de rua e a cidade: cartografando planos, (in)visibilidades e resistências
A tese de Doutorado de autoria de Natalia Alves dos Santos e orientada pela Professora Andréa Vieira Zanella foi defendidada no ano de 2020 e tem o seguinte resumo:
Nesta tese, pesquisamos os encontros entre a cidade e as pessoas em situação de rua. Apesar de termos eleito a cidade de Florianópolis, Santa Catarina, como lócus da investigação, outras cidades em diferentes estados, países e contextos transversalizaram as discussões tecidas. Concebemos pesquisa, pesquisadora e cidade como corpos, que se constituem e interagem de forma dinâmica, heterogênea, constante e múltipla. Traçamos como objetivo geral problematizar as relações que a cidade institui com as pessoas em situação de rua. Destes, desdobram-se três objetivos específicos, a saber: perscrutar, via experiência estética, as tensões do encontro dos corpos das pessoas em situação de rua com o corpo da cidade; analisar o modo como a cidade responde à presença, permanência e trânsito de pessoas em situação de rua; investigar rastros de medidas higienistas voltadas às pessoas em situação de rua em documentos que narram a história da cidade. Como interlocutores teóricos elegemos Gilles Deleuze, Félix Guattari, Mikhail Bakhtin, Lev Vygotsky, Walter Benjamin e outros/as pesquisadores/as que contribuíram para as problematizações empreendidas. Adotamos como estratégias metodológicas caminhar pela cidade, sob a perspectiva do flanêur, de Walter Benjamin, percorrer documentos oficiais e não-oficiais, que narram a sua história, e registrar alguns dos encontros das pessoas em situação de rua com a cidade via fotografia. O olhar para os documentos e encontros inspiraram-se no método cartográfico de Gilles Deleuze e Félix Guattari. As informações produzidas transformaram-se em 04 artigos que buscaram responder aos objetivos específicos da pesquisa. O processo de produção da tese evidenciou as tensões que emergem das relações que nos propusemos investigar, permitindo-nos concluir que às pessoas em situação de rua é destinado, na cidade, o lugar de margem, de resto, um entrelugar.
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