Projetos de Pesquisa
2017 – 2019: As fronteiras entre a Psicologia e o Serviço Social no SUAS: sentidos atribuídos pelas(os) assistentes sociais ao trabalho da Psicologia no serviço PAEFI.
Equipe
– Marcela de Andrade Gomes (Professora do Depto. de Psicologia UFSC)
– Laís Paganelli Chaud (Acadêmica do Curso de Psicologia UFSC)
– Bruna Larissa Kluge (Acadêmica do Curso de Psicologia UFSC)
– Patrícia Egerland Bueno (Acadêmica do Curso de Psicologia UFSC)
Resumo
Desde a aprovação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e a implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), em 2005, intensifica a inserção da psicologia nesta política pública que, historicamente, foi planejada e protagonizada pelos profissionais do Serviço Social. Alguns estudos e práticas de estágio têm apontado que o trabalho multiprofissional pode tanto ser um fator qualificador da atuação junto às famílias em situação de violência, mas também, quando não se tem muita precisão sobre os objetivos e fronteiras de cada profissão, pode gerar alguns atravessamentos e confusões que prejudicam o acompanhamento destinado a estes usuários(as). O chamado “atendimento psicossocial” previsto na PNAS tem gerado inúmeros questionamentos no universo acadêmico e, principalmente, nos próprios equipamentos, tal como o serviço PAEFI (Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos). Este espaço é um órgão público vinculado ao CREAS (Centro de Referência Especial em Assistência Social) que recebe as denúncias dos Conselhos Tutelares relativas às práticas de violência contra crianças e adolescentes. Diante destes impasses epistemológicos e técnicos, esta pesquisa tem como objetivo investigar de que forma os profissionais da Psicologia e do Serviço Social atuantes nos PAEFIs da Grande Florianópolis significam a atuação profissional neste serviço. Por meio do uso de entrevistas individuais e grupos focais, esta pesquisa investigou as narrativas produzidas por estas equipes acerca do cotidiano de trabalho; limites e desafios das práticas; efeitos e resultados alcançados nos casos acompanhados; relação interdisciplinar e multiprofissional; visitas domiciliares; violência; família; infância e adolescência. A pesquisa está em fase de conclusão e os dados estão sendo categorizados e analisados por meio das teorias.
Palavras-chaves: SUAS; Psicologia; Serviço Social.
Publicações:
Gomes, M. A.; Chaud, L. P.; Kluge, B. L. A atuação das/os psicólogas/os no serviço PAEFI na região da grande Florianópolis (SC). Trabalho apresentado no XIX Encontro Nacional da ABRAPSO, 2017.
Gomes, M. A.; Chaud, L. P.; Kluge, B. L. (2019). A atuação das psicólogas no Serviço PAEFI (Programa de Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos) na região da Grande Florianópolis (SC). In: Soares, L. C. E. C.; Moreira, L. E. Psicologia Social e Jurídica na trama do(s) Direito(s). São Paulo: Cortez.
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2017 – 2019: Fronteiras tênues: o Greenpeace Brasil, as ONGs e os Movimentos Sociais.
Equipe
– Marcela de Andrade Gomes (Professora do Depto. de Psicologia UFSC)
– Leandra Regina Gonçalves Torres (Pesquisadora do Instituto de Oceanografia USP-SP)
– Pedro Henrique Campello Torres (Pós-Doutorando no Instituto de Energia e Ambiente USP-SP)
– Bruna Larissa Kluge (Acadêmica do curso de Psicologia UFSC).
Resumo
O tema dos movimentos sociais e atuação das organizações do terceiro setor continuam presentes e com força no debate acadêmico, sobretudo pelo caráter mutante e renovador que é da própria essência dessa esfera política. Com o alardeamento cada vez mais intenso das problemáticas ambientais na contemporaneidade, surgem, por outro lado, grupos organizados que buscam lutar contra essas mazelas. Uma das principais organizações que se autoproclama em defesa do meio ambiente, surgida ainda na década de 1970, no Brasil a partir da ECO- 92, o Greenpeace é uma Organização Não Governamental que pode ter sua atuação percebida tanto como um Movimento Social ou como uma organização. Diferente de outras grandes ONGs ambientais, o Greenpeace possui características distintas de uma organização do terceiro setor em sua definição teórica, aproximando-se, em alguns momentos, do formato de um movimento social. Nesta seara, o presente trabalho busca problematizar a fina e híbrida fronteira que define o Greenpeace tanto como um espaço de lutas políticas ambientais, bem como um espaço institucional do terceiro setor. Por meio da revisão bibliográfica clássica e contemporânea sobre ONGs e Movimento Sociais e da aplicação de um questionário semi-aberto com atores chaves (integrantes e ex-integrantes da organização), buscamos analisar como estes sujeitos percebem – e se percebem – na demarcação dessa fronteira. A partir da análise qualitativa deste material coletado, notou-se a presença de percepções nebulosas para localizar, socialmente e politicamente, o Greenpeace Brasil e sua atuação no país. Na medida em que politizam o universo natural, os movimentos ambientalistas redimensionam a noção de público e político, dialetizando as relações entre a natureza e as questões macrossociais. Configuram-se como importante atores políticos na medida em que se configuram como dispositivos fissuradores da lógica capitalista-consumista-individualista, fazendo resistência à forma opressora e mercadológica que o neoliberalismo impõe às questões ambientais. Enquanto importantes espaços de produção de empoderamento da sociedade civil, os movimentos sociais e ONGs, tal como o Greenpeace, contribuem com o fortalecimento da democracia participativa, fazendo resistência ao sistema neoliberal e suas inerentes desigualdades e injustiças sociais. A pesquisa está em fase final de análise de dado.
Palavras-chave: Política; Movimentos Sociais; ONGs; Greenpeace.
Publicações
Kluge, B. L.; Gomes, M. A.; Torres, P. H. C.; Torres, L. R. G. Fronteiras tênues: o Greenpeace Brasil, as ONGs e os movimentos sociais. Trabalho apresentado no XIX Encontro Nacional da ABRAPSO, 2017.
Torres, P. H. C.; Torres, L. R. G.; Gomes, M. A.; Kluge, B. L. Smoky Boundaries: Greenpeace Brazil, NGOs and the Social Movements. Trabalho apresentado no XIX International Sociological Association, 2018.