Jovens, imagens de si e a cidade: discursos em movimento

30/11/2021 13:49

Artigo publicado por Déborah Levitan, Janaína Rocha Furtado e Andréa Vieira Zanella na Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano tem o seguinte resumo:

A polifonia da cidade, na emergência dos ritmos e sentidos urbanos, as juventudes apresentam-se como vozes ativas que fazem falar ao urbano sobre suas necessidades e desejos. Compreender as relações existentes entre juventude e cidade, bem como os sentidos que permeiam este momento da vida para algumas jovens foi o objetivo deste trabalho. Realizou-se entrevistas com cinco jovens, de onze a quatorze anos, residentes em um bairro popular de Florianópolis/SC e seus discursos foram analisados a partir das contribuições de Bakhtin (1990) e Vygotski (2000). A leitura do material transcrito permitiu organizar as informações em unidades temáticas de análise, intituladas: Criança, jovem, adolescente? Não sei! Imagens de siVozes entrelaçadas: silêncios e gritos na juventude, e Jovens meninas: histórias e percursos num bairro popular de Florianópolis. Os resultados permitem compreender a trama intrincada das relações e vozes sociais que participam no processo de constituição da imagem de si das jovens investigadas e o modo como vão se apropriando das falas de muitos outros, o que se objetiva em seus discursos. Constatou-se, nesse sentido, que os discursos, de modo geral, revelam as múltiplas vozes, audíveis e inaudíveis, que constituem as condições singulares/coletivas das jovens entrevistadas e que são (re)produzidas nos espaços onde vivem, sendo a Associação de Moradores um dos lugares mais significativos para sua constituição como sujeitos.

O texto completo do artigo pode ser acessado no site da revista: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822009000200009

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O Paraíso das crianças da Cidade dos Príncipes: a polifonia urbana revelada em imagens fotográficas

13/05/2021 15:37

A dissertação de Mestrado de autoria de Gisele Schwede e orientada pela Professora Andréa Vieira Zanella foi defendidada no ano de 2010 e tem o seguinte resumo:

Esta pesquisa teve como objetivo investigar os sentidos que um grupo de crianças atribui às relações que estabelecem com a cidade. Para isso, privilegiaram-se as teorias do autor Lev Semenovitch Vigotski e de autores do Círculo de Bakhtin como guias para a compreensão da constituição subjetiva das crianças participantes da pesquisa, todas com idades entre dez e doze anos e residentes na cidade de Joinville/SC. Para a coleta de informações foram adotados os seguintes procedimentos: observações no bairro em que elas vivem e na escola em que estudam; desenvolvimento de uma Oficina de Fotografias; entrevistas permeadas pela leitura das imagens fotográficas por elas produzidas. As análises a que foram submetidas estas informações apontaram para a emergência de quatro categorias: as possibilidades e impossibilidades de acesso à cidade; a violência; a cidade e o trabalho nela desenvolvido e; ser criança na cidade. As imagens fotográficas produzidas pelas crianças pesquisadas mostram prioritariamente o bairro em que residem, o que suscitou a reflexão acerca das (im)possibilidades de uso e circulação na cidade e as experiências daí decorrentes. Revelam ainda os jogos de visibilidade e invisibilidade que as imagens fotográficas têm o potencial de desvelar acerca do que está disponível para o exercício do olhar de crianças que ocupam determinados espaços da cidade. Além disso, a investigação indica que as crianças reconhecem haver circunstâncias em que ocupam uma situação de exclusão social e de falta de garantia de direitos, pois criticam tais circunstâncias e os efeitos daí decorrentes. Nas relações que estabelecem com a cidade, as crianças revelam que o trabalho ocupa lugar central na organização do cotidiano de suas famílias e delas próprias, que precisam se adaptar à rotina de trabalho dos pais. Elas associam o trabalho à geração de renda e consequente subsistência das famílias, bem como, à dignificação da condição do sujeito trabalhador. As crianças denotam ainda que sentem os efeitos da violência na cidade, à medida que tomam conhecimento de atos violentos acontecendo muito próximo a elas ou mesmo dentro de suas casas. A pesquisa realizada propiciou conhecer, através dos olhares das crianças, várias cidades na cidade: a cidade idealizada, fomentada por certos discursos e que remete a seu mito fundador; a cidade real, que faz emergir o medo, que é precária em alguns aspectos, que às vezes é distante, às vezes é bonita. Cidade, enfim, que é o cenário para múltiplas e diversificadas experiências.

e o texto completo pode ser baixado em: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/93485

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