POLÍTICA DA MÚSICA E EXPERIMENTAÇÃO POLÍTICA DO SOM NA LIVRE IMPROVISAÇÃO MUSICAL

13/05/2021 12:59

A dissertação de Mestrado de autoria de Leandro Almir Aragon e orientada pela Professora Kátia Maheirie foi defendidada no ano de 2019 e tem o seguinte resumo:

O OBJETIVO DESTE TRABALHO É DISCUTIR A RELAÇÃO ENTRE MÚSICA E POLÍTICA A PARTIR DE UMA ANÁLISE DA POLÍTICA DA MÚSICA DA CHAMADA IMPROVISAÇÃO LIVRE. ENTENDO MÚSICA COMO UMA FORMA DE RECORTAR E DISTRIBUIR O CONTINUUM SONORO QUE CONSISTE DA SELEÇÃO E DA COMPOSIÇÃO OU ORGANIZAÇÃO DE MATÉRIAS INFORMES SEGUNDO CERTAS LÓGICAS QUE DEFINEM GÊNEROS MUSICAIS. POR POLÍTICA, ENTENDO A RUPTURA COM AS LÓGICAS DE COMPOSIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS ESPAÇOS A PARTIR DE UM PRINCÍPIO DE IGUALDADE RADICAL. CONCEITUO, POR FIM, POLÍTICA DA MÚSICA COMO UMA RUPTURA DAS LÓGICAS DE ORGANIZAÇÃO DO SOM QUE DESIGNAM UM SOM COMO MUSICAL OU COMO RUÍDO, SEGUNDO A LÓGICA DE QUE UM SOM SÓ PODE SER OUVIDO COMO MUSICAL À MEDIDA QUE QUALQUER OUTRO PODE. DE UM PONTO DE VISTA METODOLÓGICO, CONSTRUO UMA PERSPECTIVA CARTOGRÁFICA INFORMADA PELO MÉTODO DIFERENCIAL DE DELEUZE E GUATTARI E DO MÉTODO DA IGUALDADE DE JACQUES RANCIÈRE. ESSA PERSPECTIVA OBJETIVA UMA ANÁLISE DAS LÓGICAS ABSTRATAS QUE OPERAM NA CRIAÇÃO MUSICAL DOS CASOS ANALISADOS, PARA ALÉM DA SUPERFÍCIE DAS MÚSICAS JÁ FORMADAS. A ANÁLISE DIVIDE-SE EM TRÊS CASOS DE IMPROVISAÇÃO. NO PRIMEIRO CASO, DISCUTO A LINGUAGEM MUSICAL DO GUITARRISTA E IMPROVISADOR DEREK BAILEY LIGANDO-A AO SEU CONCEITO DE IMPROVISAÇÃO NÃO-IDIOMÁTICA PARA INVESTIGAR A POSSIBILIDADE DE CRIAÇÃO DE UMA LINGUAGEM DO FORA. NO SEGUNDO CASO, DISCUTO O JOGO MUSICAL (GAME PIECE) COBRA DO IMPROVISADOR E COMPOSITOR AMERICANO JOHN ZORN A PARTIR DE PEÇAS, CONCEITOS E CENAS MUSICAIS QUE O INFLUENCIARAM. NESSE SEGUNDO CASO, INTERESSA DISCUTIR A CRIAÇÃO DE UMA CAPACIDADE COLETIVA DE AÇÃO E ENUNCIAÇÃO A PARTIR DE UMA MULTIPLICIDADE IRREDUTÍVEL DE LINGUAGENS. POR FIM, NO TERCEIRO CASO, DISCUTO, A PARTIR DE TRÊS PERFORMANCES DE IMPROVISAÇÃO DO GRUPO ITALIANO MUSICA ELETTRONICA VIVA, A HIPÓTESE LEVANTADA PELO GRUPO DE QUE TODOS OS SERES HUMANOS SÃO SERES MUSICAIS E A IMPROVISAÇÃO DEMONSTRA-O. NESSE TERCEIRO CASO, INTERESSA DISCUTIR A POSSIBILIDADE DE A POLÍTICA DA MÚSICA OPERAR UMA REDISTRIBUIÇÃO DAS CAPACIDADES E INCAPACIDADES HUMANAS ¿ MÚSICO E NÃO MÚSICO ¿ ATRAVÉS DA AFIRMAÇÃO DA UNIVOCIDADE DO SOM. CONCLUO DAS ANÁLISES QUE A CAPACIDADE DA MÚSICA AFETAR A POLÍTICA RESIDE NA POSSIBILIDADE DE CONVERTER UM PRINCÍPIO DE COMPOSIÇÃO DO ESPAÇO SONORO EM UM PRINCÍPIO DE REDISTRIBUIÇÃO DAS CAPACIDADES E NA POSSIBILIDADE DE AFIRMAR A CAPACIDADE DE QUALQUER.

e o texto completo pode ser baixado em:

https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/214397

Tags: improvisação livreLeandro Almir Aragonmúsicapolíticapolítica da música

A produção da máquina de guerra na criação estética do RAP

04/05/2021 18:47

Artigo publicado por Leandro Almir Aragon, Marcelo Felipe Bruniere e Kátia Maheirie tem o seguinte resumo:

Neste artigo analisamos a criação estética do coletivo de RAP Arma-Zen PRN em sua potência política. Para tanto, partimos do conceito de política em Rancière e do conceito de máquina de guerra em Deleuze e Guattari. As informações foram produzidas por meio de duas entrevistas coletivas realizadas com o coletivo musical, postagens do coletivo e seus membros em redes sociais, imagens de divulgação e letras de músicas. Estas informações foram analisadas a partir da análise do discurso, com base nas informações e na bibliografia estudada. A performance estética deste coletivo se dirige à invenção de um outro modo de ser no mundo que descristaliza experiências. Por fim, encontramos a produção de uma máquina de guerra-pacificadora que visa produzir um modo de ser que combina a potência combativa e revolucionária da arma à potência criadora do zen.

O texto completo do artigo pode ser acessado no site da revista: link

Tags: estéticaKátia MaheirieLeandro Almir Aragonmáquina de guerraMarcelo Felipe Brunieremúsicapolítica