“Memórias invisíveis”: a produção de um documentário sobre o Abrigo Municipal de Alienados Oscar Schneider

20/09/2021 09:55

Artigo publicado por Mariana Zabot Pasqualotto e Andrea Vieira Zanella na Revista Tempo e Argumento tem o seguinte resumo:

Este artigo traz alguns sentidos produzidos na experiência de pesquisa e de produção de um documentário a respeito das memórias do território onde se fundou o Abrigo Municipal de Alienados Oscar Schneider (1923-1942), primeira instituição psiquiátrica de Joinville/SC. A edificação do Abrigo de Alienados foi realizada, na segunda década do século XX, aos fundos do território de um cemitério e distante do contato com o centro urbano. Após seu fechamento, sua estrutura física foi utilizada como Presídio Político (1942-1945) e, mais tarde, como moradia de famílias de policiais militares (1950-1970), até ser demolida, por volta de 1970, para fins de ampliação do cemitério. Neste artigo, narra-se a elaboração do roteiro e o processo de gravação do documentário “Memórias Invisíveis”, constituído por entrevistas com testemunhas da existência do casarão e intervenções estético-artísticas (performances e projeções de imagens) operadas no território atual onde existiu a edificação, a saber, o cemitério municipal. O artigo traz como resultados reflexões sobre a relação ética para com os vestígios das vidas que tiveram passagem na instituição psiquiátrica e aponta também para a importância política de estratégias de tensionamento de memórias invisibilizadas ligadas à história da loucura.

O texto completo do artigo pode ser acessado no site da revista: https://www.periodicos.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180313332021e0114/13192

Tags: abrigo municipal de alienados oscar schneiderAndrea Vieira ZanellaHistória da loucuraloucuraMariana Zabot Pasqualottomemória

Se tudo ficasse quieto conseguiríamos escutar o rio?: uma intervenção urbana sobre memórias da cidade

15/05/2021 11:40

Artigo publicado por Mariana Zabot Pasqualotto, Tânia Galli Fonseca e Andrea Vieira Zanella na revista Urdimento – Revista De Estudos Em Artes Cênicas tem o seguinte resumo:

Este artigo problematiza, a partir de uma intervenção artística realizada no centro de Florianópolis (Santa Catarina/Brasil), algumas tensões entre passado e presente e entre memória e esquecimento constitutivas da cidade. Trata-se da performance Parte da Paisagem, realizada em uma avenida onde antigamente havia um rio. A partir da abertura à produção de uma relação estética com o espaço urbano instiga-se o olhar ao insignificante, ao esquecido; propõe-se tensionar passado e presente, o aceleramento, o barulho e a parada, a contemplação do silenciado. Instiga-se escutar o que ainda ressoa na cidade das histórias de camadas submersas, proposta que visibiliza a potência deslocadora da arte.

O texto completo do artigo pode ser acessado no site da revista: link do artigo

Tags: Andrea Vieira ZanellaartecidadeFlorianópolisMariana Zabot PasqualottomemóriaperformanceTânia Galli Fonseca

DE INSTITUIÇÃO PSIQUIÁTRICA A CEMITÉRIO: PERSCRUTANDO A FUNDAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DO ABRIGO MUNICIPAL DE ALIENADOS OSCAR SCHNEIDER

13/05/2021 14:26

Artigo publicado por Mariana Zabot Pasqualotto e Andrea Vieira Zanella na revista Revista Internacional de Educação Superior tem o seguinte resumo:

Neste artigo, busca-se relatar a experiência de uma pesquisa que se debruçou sobre as memórias invisibilizadas de um cemitério da cidade de Joinville, Estado de Santa Catarina, cuja história de seu território está ligada à existência, no passado, de duas instituições de confinamento de sujeitos infames: um Abrigo de Alienados (1923-1942) e um Presídio Político (1942-1945). A escuta dos personagens que narram suas experiências com esse local e as estratégias do flâneur como forma de deixar-se levar na busca pelas memórias por aquilo em que se configuram sentidos foram os fundamentos do exercício de “ficcionar” sobre esse determinado objeto de estudo, a partir de uma relação sensível com esse campo, uma “Cidade dos Mortos”, onde foi possível escutar as vozes que nele ainda pulsam e tensionam a história desse local e seu aparente estado de silêncio na cidade.

O texto completo do artigo pode ser acessado no site da revista: http://periodicos.pucminas.br/index.php/psicologiaemrevista/article/view/14172

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MEMÓRIAS DA LOUCURA: ARQUIVO, TESTEMUNHO E ARTE

13/05/2021 13:04

A tese de Doutorado de autoria de Mariana Zabot Pasqualotto e orientada pela Professora Andréa Vieira Zanella foi defendidada no ano de 2020 e tem o seguinte resumo:

Esta tese fala sobre reescrituras e (re)coleções produzidas ou visibilizadas no confronto com os arquivos produzidos do poder psiquiátrico e a sua arquitetura manicomial. Arquivo que – composto pela estrutura física dos pavilhões manicomiais, pelos saberes e técnicas que conduziram às práticas e tratativas coercitivas, a pessoas com diagnóstico psiquiátrico, por fotografias, prontuários e outros registros textuais – se pretende monológico, pois se baseia em um discurso de verdade, pautado na patologização, medicalização, burocratização e disciplinarização dos corpos. Em tensão a esse arquivo, faço ver nesta tese registros da existência e resistência de vidas diante da clausura, arquivo este formado por silêncios, lacunas, cinzas, gritos, murmúrios, produções estéticas e pelos efeitos que foram produzidos na pesquisa em contato com tais corpos ou com os vestígios de si. Distanciando-se de uma perspectiva monológica do arquivo, esta tese atenta para a diversidade de vozes e tempos que compõem a reescrita e as metamorfoses das histórias dos arquivos. A pesquisa teve no conceito de coleção proposto por Walter Benjamin uma inspiração metodológica para esta tese: assim como Arthur Bispo do Rosário, que inventariou, (re)colecionou e “desloucou” as coisas consideradas sem valor descartadas pela cidade, a pesquisa se guiou pela perscruta dos resíduos, cinzas e rastros que sobraram da existência de antigos manicômios; ruínas de violências, ruínas das resistências de vidas contra o choque com o poder. A flânerie também foi outra inspiração para estar nas cidades e perscrutar diferentes museus, espaços e arquivos, a saber: o arquivo relacionado ao Abrigo Municipal de Alienados Oscar Schneider, em Joinville/SC; os espaços de ex-manicômios italianos, a partir da experiência de estágio sanduíche no exterior; e o Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro. Nesses lugares praticou-se um caminhar atento aos pequenos sinais de irrupções de tempos de outrora em seu diálogo com o “presente” e recolheu-se – a partir de fotografias, anotações em diário de campo e inscrições de afecções no corpo da pesquisadora – cenas, imagens, acasos, durante os percursos. Eis o que se apresenta, pois, nesta tese: a constelação crítica produzida a partir de fragmentos recolhidos em diversos arquivos da loucura. Uma coleção formada a partir das afecções do corpo da pesquisadora com as ruínas das memórias da loucura. Esta tese teceu fragmentos de imersões espaço-temporais diferentes no campo temático, físico e virtual, marcado pela produção de arquivo da loucura e traz como resultado o apontamento ético sobre a importância de se recolher de forma crítica as ruínas de tragédias passadas e aquelas que atualmente ainda se acumulam diante de nós, resultantes da violação dos diretos humanos de vidas marginalizadas pela produção da loucura. A tese se funda na deia de que recolher de forma crítica tais ruínas é direcionar atenção a como esse passado presentifica-se em constante confronto, atualizar e (re)colecionar os arquivos dessa história, elaborar lutos e impulsionar a inscrição de memórias outras para definir estratégias a favor de novos possíveis.

e o texto completo pode ser baixado em:

https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/220396

Tags: arquivos da loucuraarte e loucurahospital psiquiátricoMariana Zabot Pasqualottomemórias da loucura

CIDADE, MEMÓRIA E INFÂMIA: VESTÍGIOS DA CLAUSURA EM JOINVILLE/SC.

13/05/2021 11:59

A dissertação de Mestrado de autoria de Mariana Zabot Pasqualotto e orientada pela Professora Andréa Vieira Zanella foi defendidada no ano de 2016 e tem o seguinte resumo:

ESSA PESQUISA PERSCRUTOU OS RASTROS DA EXISTÊNCIA DO ¿ABRIGO MUNICIPAL DE ALIENADOS OSCAR SCHNEIDER¿ ENCONTRANDO PISTAS QUE PERMITIRAM CONTEXTUALIZAR A HISTÓRIA DESTA QUE FOI A PRIMEIRA INSTITUIÇÃO CRIADA EM JOINVILLE (SC) COM A FINALIDADE DE GARANTIR O TRATAMENTO AOS DITOS LOUCOS, E ASSIM PROBLEMATIZAR SUA MEMÓRIA NA CIDADE. PARA ISSO, NESSA DISSERTAÇÃO, LANÇOU-SE O OLHAR PARA A TRANSFORMAÇÃO DO TERRITÓRIO ESCOLHIDO PARA A EDIFICAÇÃO DO ABRIGO DE ALIENADOS (1923-1942): O PRÉDIO CONSTRUÍDO AOS FUNDOS DO CEMITÉRIO MUNICIPAL SERVIU APÓS O FECHAMENTO DA INSTITUIÇÃO PSIQUIÁTRICA COMO PRESÍDIO POLÍTICO (1942- 1945) E, MAIS TARDE, COMO MORADIA PARA FAMILIARES DE POLICIAS MILITARES, PARA ENTÃO, DEPOIS DE DEMOLIDO DAR LUGAR AOS TÚMULOS E JAZIGOS, SERVINDO À AMPLIAÇÃO DO CEMITÉRIO. PESQUISAR SOBRE O TERRITÓRIO QUE RECEBEU OS SUJEITOS PRODUZIDOS COMO INFAMES EM DIFERENTES TEMPOS, PERMITIU SE APROXIMAR DO SILENCIAMENTO QUE ENVOLVE SUAS HISTÓRIAS NO COTIDIANO DA CIDADE E, TAMBÉM, ENTENDER QUE ESSE ESPAÇO SE CONFIGURA COM …

O texto completo pode ser baixado em:

https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3001358

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