Diferentes olhares: um “tour” com crianças pelo centro histórico da cidade
A dissertação de Mestrado de autoria de Rafaela Tzelikis Mund e orientada pela Professora Andréa Vieira Zanella foi defendidada no ano de 2012 e tem o seguinte resumo:
A cidade é local em que diversos tempos se inscrevem e contam histórias de sua ocupação e da diversidade que a conota. O centro histórico por sua vez é local onde esses variados tempos se evidenciam, pois apresenta elementos possíveis de serem vistos, lidos, sentidos, aspectos de sua história, daquilo que o constituiu e constitui, e que estão presentes nos cotidianos atuais de quem transita pelo local. Na condição de professora de crianças, com idades entre 7 e 9 anos, organizei um “tour” com elas pelo centro histórico, a fim de que explorassem o local, neste evento cada uma de posse de uma câmera digital, pôde olhar e fotografar o que viu, escolhendo três, das muitas fotografias produzidas, para apresentar ao grupo de colegas e a professora. As fotografias escolhidas por elas e os discursos – que foram registrados por mim em meu caderno de grupo – que emergiram durante o transitar, bem como os enunciados durante a aula de apresentação das imagens, foram documentos utilizados na pesquisa que objetivou analisar os diferentes olhares das crianças sobre o centro histórico da cidade. Optei por não deter as análises sobre cada imagem fotográfica em particular: analisarei os aspectos de um modo geral a partir das suas similaridades, em categorias que foram organizadas a partir de diferentes temas como: o religioso, os animais, as vistas da cidade, os pontos turísticos, as armas e a natureza. As análises desses documentos fundamentaram-se nas contribuições de autores como Lev Semenovitch Vigotski e do Círculo de Bakhtin, que possibilitaram entender as condições culturais, sociais e históricas das crianças e da professora e as relações estabelecidas entre elas e os diferentes contextos observados e vivenciados. Através de conceitos como: olhar estético, experiência, dialogia, discursos, dentre outros, foi possível perceber o lugar da fotografia como instrumento de produção de memórias, imaginação e, portanto, criação de novos e outros sentidos, fundamental à mudança nos olhares e modos de agir no mundo, com os outros.
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